Abstract:
Traz uma reflexão sobre a crescente dificuldade de acesso a livros estrangeiros no Brasil, devido ao aumento acentuado do custo das importações. Relata um episódio em que um amigo se queixa do preço exorbitante de um livro especializado, comparando-o com o preço de outras mercadorias e serviços ao longo dos anos. Usa esse exemplo para ilustrar uma tendência mais ampla de desvalorização do trabalho intelectual e cultural no país. Critica a situação econômica que afeta não só os profissionais que dependem da leitura e escrita, mas também os leitores que enfrentam preços altos para adquirir livros importados. Ironiza a visão de progresso que alguns grupos estudantis, como a UNE, têm sobre o desenvolvimento nacional, comparando o custo de um livro nacional barato com o de um tratado estrangeiro caro. Sugere que, em vez de buscar soluções realistas para essa crise, o país está se contentando com alternativas que não satisfazem plenamente as necessidades intelectuais e profissionais. De forma irônica, propõe que se torne aceitável a ignorância e a mediocridade, citando o conselho de Pascal de "Abetissons-nous" para lidar com a situação. Por fim, menciona com um toque de humor o lançamento de seu próprio livro nacional, "Claro-Escuro", destacando que, apesar de não ser um substituto para obras estrangeiras, é mais acessível financeiramente. Ele reconhece a limitação de sua obra em comparação com clássicos internacionais, mas enfatiza seu custo mais baixo como uma vantagem prática.