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Examina a dualidade entre a figura pública e o criador literário de Machado de Assis. Discute como a participação de Machado na Academia Brasileira de Letras influenciou sua visão e julgamento sobre os candidatos, revelando uma tendência de benevolência e desvio das exigências rigorosas aplicadas a suas próprias obras. Destaca a tensão entre a obra literária de Machado, marcada pela agudeza crítica e inovação estética, e sua atuação dentro da Academia, que tende a favorecer o congraçamento e a indulgência. A análise também aborda a aparente contradição entre a percepção pública de Machado como um homem de grande dignidade e o tom melancólico e crítico presente em suas obras, como "Memórias Póstumas de Brás Cubas". A epilepsia, mencionada como uma possível influência na produção literária de Machado, é discutida, embora o texto rejeite a ideia de que a doença tenha sido a principal responsável pela sua criatividade. Sugere que, em vez de uma simulação deliberada, a beleza e a profundidade das obras de Machado de Assis surgem de uma combinação complexa de sua condição pessoal e sua visão artística. A conclusão propõe que, para compreender plenamente a duplicidade de Machado, é necessário explorar mais profundamente a essência de suas obras e o impacto de suas experiências pessoais, em vez de buscar explicações simplistas ou artificiais. |
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