Abstract:
Critica a mensagem do Presidente Juscelino Kubitschek enviada ao Comitê dos 21, que fala sobre o "injusto abandono" das populações da América Latina e defende a aplicação do princípio de solidariedade a essas populações. Questiona a eficácia e o sentido das palavras do presidente, sugerindo que a mensagem é uma formalidade vazia, sem compromisso real com a melhoria das condições de vida na região. Argumenta que a expressão "injusto abandono" parece implicar que a responsabilidade por socorrer essas populações não recai sobre os governos locais, cujas ações muitas vezes agravam a miséria. Em vez disso, essa responsabilidade seria atribuída a entidades externas ou países mais desenvolvidos. Critica a hipocrisia dos governos sul-americanos e a falta de responsabilidade deles em relação ao sofrimento de suas populações. Também ressalta a ironia de que os próprios dirigentes, frequentemente ricos e afastados das realidades da pobreza, denunciam o abandono enquanto gastam exorbitantes quantias em viagens diplomáticas e manutenção de embaixadas. Conclui que a mensagem presidencial é uma "pilhéria" e reflete uma política internacional que não aborda os verdadeiros problemas das nações subdesenvolvidas. Destaca a necessidade de os países desenvolvidos, como os Estados Unidos, serem cautelosos ao oferecer ajuda, evitando apoiar governos que perpetuam a exploração e a corrupção. Expressa frustração com a situação política da América Latina e a forma como os líderes locais representam suas nações, prejudicando a imagem e a dignidade dos países da região.