Abstract:
Reflete sobre a crescente confusão entre cargos civis e militares, destacando a importância de entender corretamente essas distinções. Menciona um episódio em que um aluno questionou se o ministro da Guerra poderia ser um civil, apontando que a real questão seria se um militar poderia ocupar tal posição. Critica a falta de conhecimento sobre o papel civil em diversos cargos de liderança, como na chefia de polícia, presidência de empresas estatais e outros cargos administrativos. Alerta para o risco de uma compreensão inadequada dessas funções, à medida que a geração mais antiga, que conhecia regimes anteriores, morre. Aborda a questão do asilo concedido ao general Delgado pela embaixada brasileira em Lisboa, considerando-o um ato razoável em um contexto político complicado. Expressa descontentamento com o regime de Salazar, argumentando que a presença da embaixada brasileira em Lisboa, enquanto o regime totalitário perdura, é uma ofensa à memória das vítimas do totalitarismo e uma capitulação aos ideais da liberdade. Para Corção, a postura totalitária é o maior mal político, comparável à privação de direitos básicos e liberdades fundamentais. Conclui que o único ato positivo da embaixada brasileira em Lisboa foi o asilo ao general Delgado, destacando sua crença na importância do compromisso com a liberdade e a democracia.