Abstract:
Aborda os principais erros que têm contribuído para o subdesenvolvimento do Brasil, destacando três problemas fundamentais. Primeiro, critica a relação entre o homem brasileiro e a terra, particularmente no nordeste do país. Aponta que a seca, longe de ser um fenômeno puramente natural, é exacerbada por técnicas agrícolas inadequadas e por uma mentalidade cultural que desvaloriza a terra. A literatura brasileira, ao contrário da europeia, não reflete um apego profundo ao solo, o que contribui para um sentimento de alienação e desamor pela terra. Sugere que é necessário resolver esse problema através de melhorias nas práticas agrícolas, alfabetização, cultura e políticas públicas que promovam um vínculo mais forte com a terra. Em segundo lugar, critica a incapacidade do Brasil de explorar eficazmente seu extenso litoral. O mar, que poderia unir e facilitar o transporte dentro do país, tem sido negligenciado. Historicamente, materiais de construção chegavam ao Brasil de longe, mostrando uma falta de aproveitamento do potencial marítimo. O estado caótico da navegação costeira é um reflexo dessa negligência, com a situação piorando com o tempo, em contraste com os avanços esperados. Por fim, critica a crença na expansão para o oeste como solução para a prosperidade do país, exemplificada pela construção de Brasília. Vê essa crença como uma evasão dos problemas reais, argumentando que o verdadeiro avanço requer conhecimento e desenvolvimento integral do território, não apenas uma mudança geográfica. Finalizando, propõe uma reflexão crítica sobre a relação do Brasil com sua terra, seu mar e suas políticas de expansão, sugerindo que a solução para o subdesenvolvimento está na mudança dessas abordagens fundamentais.