Resumo:
Aborda o fracasso das negociações entre o governo brasileiro e o Fundo Monetário Internacional (FMI) para um empréstimo de 300 milhões de dólares. O governo, na tentativa de contornar a situação e preservar a imagem do presidente Juscelino Kubitschek, divulgou a falsa informação de que o rompimento das negociações foi uma ação patriótica, atribuindo ao FMI a exigência indecorosa de interferir na Petrobrás, o que, posteriormente, foi desmentido. Critica essa manipulação, destacando que a verdadeira razão do fracasso foi a falta de solidez nas condições econômicas do país, como apontado pelos técnicos do FMI. Argumenta que não há diferença significativa entre questões de câmbio, moeda e política econômica do petróleo, e questiona a alegada "ingerência" do FMI, já que foi o Brasil que buscou o empréstimo. Também sublinha que os técnicos do FMI não se deixam influenciar por discursos políticos ou símbolos de poder, como Brasília, e elogia a postura do Fundo ao recusar o empréstimo, considerando que essa decisão impede a má aplicação dos recursos e protege o futuro econômico do Brasil, especialmente em um contexto de subdesenvolvimento cultural e institucional. Conclui que a negativa do FMI foi, na verdade, um serviço prestado ao país, ao evitar que os atuais governantes comprometessem ainda mais a economia brasileira.