Resumo:
O episódio envolvendo a matrícula das "excedentes" no Instituto de Educação ilustra bem o estado do ensino no Brasil. O concurso para a admissão ao curso ginasial teve 2.870 candidatas para 70 vagas, com o Instituto já sobrecarregado e a legislação exigindo a oferta de um curso ginasial. O diretor Mario de Brito procurou limitar o número de matrículas para preservar a qualidade do curso normal do Instituto. As regras do concurso foram aceitas por todos os pais, mas após a publicação dos resultados, muitos buscaram apoio na Câmara Municipal. O processo de seleção resultou na eliminação de 182 candidatas na última prova, que passaram a se considerar "excedentes" e exigiram a matrícula. A Câmara Municipal, apesar das objeções do diretor, dos professores e do Conselho Técnico do Instituto, aprovou um projeto para matricular essas alunas não classificadas, em um tumulto legislativo. A decisão agora está nas mãos do prefeito, que pode vetar o projeto. A situação reflete a crise do ensino, evidenciando a influência de interesses políticos e pessoais na educação, em detrimento da qualidade e da gestão adequada das instituições. O diretor Mario de Brito, dedicado ao Instituto, ameaçou resignar se o projeto for aprovado, e enfrenta críticas e insultos públicos. O caso revela a necessidade urgente de uma reforma no sistema educacional, que permita a autonomia e a qualidade no ensino, livres de pressões políticas e burocráticas.