Resumo:
Critica a justiça brasileira ao revelar a gravidade de casos onde a demora na decisão judicial causa sofrimento profundo. Destaca como as tragédias reais muitas vezes não são evidentes nas notícias sensacionalistas, mas sim nos anúncios e publicações oficiais, como os que aparecem no Diário da Justiça. Ilustra isso com o caso de Orlando Eugênio dos Santos, preso em maio de 1954 e só julgado em maio de 1959. Durante esse período, ele permaneceu preso sem condenação, exemplificando a lentidão e falta de sensibilidade do sistema judicial. Observa que, enquanto o sistema judicial mostrou algum movimento no caso—como o inquérito e os trâmites processuais—não demonstrou a urgência e o interesse necessários para um caso que envolvia a vida de uma pessoa. A crítica vai além do caso individual e reflete sobre uma justiça que oscila entre excessiva celeridade e completa negligência. Compara a apatia da justiça com a impaciência cotidiana dos cidadãos, que não toleram atrasos em aspectos triviais da vida, como esperar um sinal verde, mas são forçados a suportar anos de incerteza judicial. Expõe uma realidade angustiante de um sistema que falha em equilibrar sua atuação, frequentemente deixando cidadãos como Orlando Eugênio dos Santos em situações de sofrimento prolongado, demonstrando uma falta de compaixão e eficiência na administração da justiça.