Resumo:
Critica um manifesto recente de um grupo que se autodenomina "Pioneiros da Educação Nova", direcionado ao governo e ao povo sobre questões educacionais. Expressa ceticismo quanto à seriedade e ao impacto do manifesto, que considera longo e obscuro. Se espanta com a contradição na declaração do manifesto que afirma que seus signatários são "educadores republicanos e democráticos, fiéis aos mais altos valores da tradição liberal." Ao analisar as assinaturas, Corção nota que muitos signatários, como Hermes Lima, Nelson Werneck Sodré e Branca Fialho, não são conhecidos por sua adesão aos valores liberais, e em alguns casos, suas visões são claramente opostas ao liberalismo. Questiona a autenticidade do compromisso dos signatários com a tradição liberal, argumentando que há uma discrepância entre a declaração pública do manifesto e o real conteúdo do documento. Sugere que, apesar da declaração explícita de liberalismo, o manifesto tende mais para a estatolatria, refletindo a influência de signatários que favorecem monopólios estatais e um regime educacional que ele vê como "cripto-totalitário." Destaca que a adesão ao manifesto pode ter sido superficial ou imprudente, refletindo uma contradição entre o que é proclamado e o que é realmente defendido pelos participantes.