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Durante uma entrevista de três horas com Nikita Kruschev, Primeiro Secretário do Partido Comunista Soviético, três jornalistas americanos—Frank Conniff, Bob Considine e William Randolph Hearst—encontraram um Kruschev imperturbável e polido. Kruschev respondeu com calma e segurança, evitando qualquer perturbação, mesmo quando questionado sobre temas delicados como a Hungria e o afastamento do marechal Zukov. O líder soviético reafirmou o desejo de paz da União Soviética e fez comentários ironicamente bem-humorados sobre o atraso americano em satélites. A entrevista tomou um rumo inesperado quando Considine perguntou sobre Deus. Kruschev explicou que o nome de Deus era apenas um "hábito lingüístico", similar a dizer "palavra de honra". Ele argumentou que o ateísmo do regime soviético se baseava na observação de que pessoas que invocam Deus frequentemente se comportam de maneira antiética. Kruschev associou a falta de comprometimento moral de figuras como o Secretário de Estado dos EUA, John Foster Dulles, à não existência de Deus, utilizando a corrupção e a exploração como evidência para sua visão ateísta. A discussão revelou um lado mais visceral e menos controlado de Kruschev, que até então havia mantido uma postura serena. Os jornalistas americanos ficaram perturbados ao ver o líder soviético abandonar sua postura calma para discutir com intensidade sua visão ateísta. O episódio destacou a habilidade de Kruschev em manter uma fachada de tranquilidade e ao mesmo tempo manejar argumentações políticas com uma dose de retórica agressiva, especialmente ao defender o ateísmo com base na moralidade e na ética pública. |
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