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No final do mês, diversos acontecimentos ligados à União Soviética têm se destacado. Primeiro, comemorou-se o aniversário da revolução húngara, que um ano atrás foi brutalmente reprimida pelos soviéticos. Estudantes em Budapeste iniciaram um movimento libertador que foi esmagado pelos tanques russos, e seus líderes, como Nagy e Maleter, foram executados sob a acusação de traição e colaboração com o imperialismo. A resposta soviética a esses eventos sempre inclui explicações que tentam desviar a culpa, frequentemente apresentando qualquer tentativa de independência como uma forma de fascismo. Além disso, a reação russa ao Prêmio Nobel concedido a Boris Pasternak também foi marcada por desdém e desconfiança. Em Moscou, o prêmio foi visto como uma provocação das potências imperialistas, uma vez que Pasternak era considerado um autor menor e seu trabalho, um mero formalismo literário. A recusa soviética em aceitar o prêmio para Pasternak reflete a tendência dos soviéticos de interpretar qualquer reconhecimento internacional de forma negativa. Outro ponto de discórdia foi a negativa soviética em permitir que o Cardeal Mindszenty saísse da Hungria após sua libertação durante a revolta húngara. Mindszenty, que havia sido preso e libertado pelos patriotas, buscou refúgio na Embaixada Americana, e agora, apesar dos pedidos do Vaticano, os soviéticos impediram sua saída. Esse episódio adiciona mais uma queixa dos soviéticos contra o ocidente, evidenciando sua sensibilidade e tendência para criar conflitos a partir de questões diplomáticas e humanitárias. |
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