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Examina o intrigante contraste entre a vida pessoal de Machado de Assis e sua obra literária. Destaca que Machado, uma figura pública bem-sucedida e respeitada, contrastava fortemente com o protagonista melancólico e introspectivo de seus romances. A vida de Machado, marcada por uma ascensão tranquila desde a tipografia até a presidência da Academia Brasileira de Letras, parece em desacordo com o pessimismo e a ironia presentes em suas obras, como "Memórias Póstumas de Brás Cubas". Reflete sobre a discrepância entre o Machado de Assis cerimonioso e afeições oficiais e o homem atormentado que se revela em suas criações literárias. Observa a perplexidade dos contemporâneos, como Joaquim Nabuco, que se surpreendiam com a diferença entre a vida pública do autor e a sua produção literária. Explora também a vida pessoal de Machado, incluindo seu casamento com Carolina Augusta Xavier de Novais, que, apesar de não ter influenciado diretamente a produção literária, ofereceu uma base de tranquilidade e apoio. O casamento é descrito como uma fonte de estabilidade que contrastava com a agitação emocional de suas obras. Em resumo, sugere que, embora Machado tenha vivido uma vida de sucesso e estabilidade social, sua obra literária revela um mundo interno repleto de melancolia e reflexão sobre a existência. Esse contraste levanta questões sobre a relação entre a vida e a obra de um escritor e a possibilidade de separar o ser humano da persona literária que ele constrói. |
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