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Reflete sobre a experiência de reler os romances de Eça de Queiroz após quatro décadas. Na juventude, admirava profundamente Eça, considerando suas obras, como "A Relíquia", como as melhores da literatura. No entanto, ao reler "Os Maias" e "O Primo Basílio", observa uma mudança em sua percepção. Elogia a excelência da língua portuguesa e o estilo descritivo de Eça, mas critica a superficialidade e a falta de profundidade psicológica nas obras do autor. Nota que, embora Eça tenha um talento notável para criar cenários vívidos e personagens claros, seu realismo muitas vezes se revela mais superficial do que genuíno. Observa que o realismo de Eça, com seu detalhamento explícito, parece ingênuo e um tanto didático comparado à complexidade da psicologia humana que a literatura moderna explora. Além disso, compara a clareza dos romances de Eça com a obscuridade e a falta de detalhes sensoriais presentes nos romances contemporâneos, sugerindo que a literatura atual perdeu a habilidade de capturar a vivacidade do ambiente físico e das experiências sensoriais. Apesar do estilo impecável e das descrições coloridas de Eça, sente uma certa condescendência ao perceber que, embora admirável, a obra de Eça está aquém da complexidade da alma humana. Conclui que a percepção moderna dos romances de Eça reflete uma evolução cultural que vai além das limitações do autor, e sugere que os leitores contemporâneos podem achar suas obras mais ingênuas do que foram na época de sua publicação. |
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