Resumo:
Aborda a complexidade do crime político e sua relação com a evolução social e política dos povos. Inicialmente, destaca que o crime político, muitas vezes justificado por sua suposta busca pelo bem comum, é tratado de maneira distinta do crime comum. Essa distinção é profunda e reflete a moralidade das sociedades ao longo da história. Durante o absolutismo e o totalitarismo, o crime político é considerado o mais grave, legitimando severas repressões por parte do Estado. Argumenta que a percepção dos crimes políticos muda conforme as sociedades avançam da barbárie à civilização; à medida que se aproxima da democracia, a condenação do crime político se atenua. No entanto, observa um retrocesso quando os regimes totalitários voltam a prevalecer, como evidenciado na recente execução de militares na Bolívia, onde um governo revolucionário agiu de forma brutal. Este episódio é um reflexo da "selvageria política" que ainda permeia a América Latina. Contudo, o clamor contra tais atos indica uma resistência crescente à truculência dos caudilhos, sugerindo um movimento em direção a uma maior civilização e direitos humanos.