Resumo:
Expressa sua decepção com o relatório apresentado ao governo sobre as instituições representativas e as modificações na Constituição. Embora a democratização do Brasil seja amplamente desejada, argumenta que o que está sendo proposto é apenas uma complementação das instituições já estabelecidas pela Constituição autoritária de 10 de novembro. Para ele, essa constituição não é democrática, pois sua origem é espúria e a estrutura de poder é totalitária. Critica a falta de responsabilidade do governo por essa decepção, apontando que a culpa recai sobre aqueles que, na ânsia de mudança, se agarraram a esperanças infundadas. Afirma que não se pode esperar que um regime ditatorial se transforme em uma democracia genuína e alerta para o fato de que as novas eleições diretas propostas podem não representar uma real mudança. Em vez disso, o que se pretende é dar ao governo uma aparência de legitimidade democrática, especialmente em um momento em que se busca aprovação na Conferência da Paz. A urgência da realização das eleições é atribuída a fatores diplomáticos, e questiona a transparência e a honestidade do processo eleitoral. Destaca que a facilidade de alistamento e a falta de fiscalização podem resultar em fraudes, tornando o pleito uma mera formalidade. Conclui que, em sua visão, a democratização verdadeira não está em pauta e expressa seu desejo de estar errado, apelando para que as autoridades reconsiderem suas ações em prol da nação.