Resumo:
Analisa criticamente o manifesto do "Movimento Classista Renovador", que se apresenta à classe acadêmica. Ao contrário do que se espera de um manifesto, que normalmente busca mobilizar e incitar a ação, o movimento de Pilla pretende o oposto: paralisar os estudantes e afastá-los das preocupações com o bem público. Argumenta que o manifesto é um "entorpecente" que busca a castração cívica da juventude, preparando-a para se tornar submissa a uma ditadura, ao invés de cidadãos ativos e engajados. Critica a recomendação do movimento de se abster de lutas partidárias, enquanto simultaneamente se diz a favor dos ideais democráticos da Carta do Atlântico. Questiona como se pode defender esses princípios sem lutar ativamente contra regimes opostos. Essa contradição revela a verdadeira intenção do movimento, que é repelir a democracia, mesmo que disfarçada de apoio a ideais democráticos. Conclui que o "Movimento Classista Renovador" é uma nova versão da campanha "Queremos Getúlio", uma referência à política do governo Vargas que, segundo ele, promove a submissão ao invés da cidadania ativa. A análise critica a manipulação das ideologias em nome da conservação de interesses classistas e da manutenção do poder autoritário.