Resumo:
Responde a Antônio, que acredita que os operários devem apoiar a permanência de Getúlio Vargas no poder devido às leis sociais que ele teria promovido. Contesta essa visão, argumentando que as iniciativas de proteção e assistência ao trabalhador não são exclusivamente atribuíveis a Vargas. Ressalta que muito antes da ascensão de Vargas, em 1930, já havia um movimento em prol dos direitos trabalhistas no Brasil, com a discussão do Código do Trabalho em 1917 e a promulgação de diversas leis sociais ao longo das décadas seguintes, como a lei de acidentes de trabalho em 1919 e a legislação sobre férias em 1925 e 1934. Afirma que Vargas apenas deu continuidade a um processo que já estava em andamento, impulsionado por compromissos internacionais e pressões sociais. Também destaca que as reformas sociais foram parte de um programa da Aliança Liberal, que não foi elaborado por Vargas, mas por outros políticos, como Lindolfo Collor. Conclui que Vargas foi um simples instrumento das reivindicações sociais, e não o responsável por elas, e alerta Antônio de que sua admiração por Vargas é baseada em uma propaganda enganosa. Assim, ele instiga Antônio a reconsiderar sua posição sobre a necessidade de apoio a Vargas, prometendo aprofundar essa discussão em outra carta.