Resumo:
Analisa a inflação como a principal causa da crise econômica enfrentada pelo Brasil sob o governo de Getúlio Vargas. Argumenta que a inflação, exacerbada pela guerra, resulta principalmente das "dissipações inomináveis" da Ditadura. Apresenta dados alarmantes sobre a emissão de papel-moeda, destacando que, desde 1930 até 1944, a circulação de moeda aumentou drasticamente, passando de 2,5 milhões de contos para cerca de 15 milhões, ou seja, um aumento de seis vezes em 15 anos. Esse fenômeno, segundo ele, contribuiu para a desvalorização da moeda e o aumento da miséria da população, tornando a vida dos trabalhadores cada vez mais insuportável. Compara essa situação à de um empresário que, ao invés de pagar em moeda, emite vales, que perdem valor com o tempo, forçando os trabalhadores a entregar mais por menos. Critica a utilização do dinheiro emitido em gastos supérfluos, como a construção de palácios e arranha-céus, enquanto as necessidades básicas da população são ignoradas. Além disso, ele menciona o crescimento dos cassinos e o estímulo ao vício do jogo, resultando em uma crise moral e econômica. A crítica revela a hipocrisia da política econômica da Ditadura, que favorece o desperdício e a exploração em detrimento do bem-estar social.