Resumo:
Reflete sobre a derrota de Winston Churchill nas eleições britânicas, destacando que, embora Churchill tenha salvado a Grã-Bretanha da destruição durante a Segunda Guerra Mundial, isso não garantiu sua permanência no poder. Observa que a gratidão do povo britânico pelos serviços prestados não implica submissão ou servidão a Churchill, pois, em uma democracia, o voto é um direito coletivo que deve refletir a vontade da nação e não o reconhecimento individual. Enfatiza que, embora a gratidão seja um sentimento nobre na vida privada, ela não deve determinar a política de uma nação. Compara a situação de Churchill à de outros grandes líderes, como De Gaulle na França e Clemenceau na Primeira Guerra Mundial, que também não permaneceram no poder mesmo sendo heróis nacionais. Vê essas situações como exemplos de maturidade democrática, em que o instinto popular prevalece sobre o reconhecimento individual. Em contraponto, critica a situação no Brasil, onde Getúlio Vargas, após uma longa propaganda, é visto por alguns como um "pai" da nação. Alerta contra essa devoção cega e servil, argumentando que os brasileiros devem seguir o exemplo da Inglaterra e da França, não entregando sua liberdade e dignidade em troca de lealdade a um líder. Convoca a nação a se mostrar digna da era democrática que atravessa.