Resumo:
No contexto da luta pela restauração da democracia no Brasil, Raul Pilla destaca o papel crucial de duas instituições: as Forças Armadas e a magistratura, especialmente a magistratura eleitoral. Enfatiza que, após a ditadura instaurada em 10 de novembro de 1937, a confiança da população na magistratura é essencial para garantir a integridade do processo eleitoral e para prevenir fraudes e manipulações que poderiam reforçar o regime autoritário. Expressa preocupação com a possibilidade de um novo golpe, que poderia despojar a nação de suas esperanças de liberdade. Uma manobra política ameaçadora, promovida pelo secretário do Interior, visava eliminar três partidos políticos no Rio Grande do Sul, que haviam resistido à ditadura por sete anos. No entanto, essa tentativa foi frustrada pela intervenção decisiva do Tribunal Eleitoral, que defendeu a democracia e assegurou que as urnas permanecessem abertas para a expressão popular. Elogia o Tribunal Eleitoral e seus juízes pela coragem em manter a ordem democrática, ressaltando que sua atuação foi fundamental em um momento crítico, quando o interesse autoritário buscava silenciar as vozes democráticas. O parecer do procurador e o acórdão do Tribunal, segundo ele, são marcos importantes na luta pela democracia e devem ser lembrados como testemunhos da integridade jurídica do país.