Resumo:
Afirma que a eleição do general Enrico Gaspar Dutra à presidência da República é reconhecida, mas não deve ser vista como uma derrota do major-brigadeiro Eduardo Gomes. Pelo contrário, destaca que a candidatura de Gomes representou uma vitória significativa para a libertação nacional, funcionando como uma arma contra a Ditadura que buscava se perpetuar. A vitória de Gomes reside na mobilização da sociedade e na exigência de eleições livres, resultado da vigilância constante sobre o regime ditatorial. Embora Dutra tenha sido eleito, sua vitória foi consequência direta da luta democrática e da pressão exercida para remover a Ditadura, sem a qual sua eleição não teria sido possível. Critica a escolha do povo, que, intoxicado por anos de propaganda totalitária, preferiu Dutra a Gomes. Contudo, enfatiza que, apesar da opção errônea, o fundamental foi que o povo teve a oportunidade de escolher seus governantes, sem a coação que caracterizava o período anterior. Menciona que, ao contrário da Ditadura anterior, que operava sem consulta à vontade popular, agora o povo pôde se manifestar livremente. Independentemente de como será o governo de Dutra, Pilla afirma que a grande vitória é a devolução da responsabilidade ao povo, que finalmente pode expressar sua vontade e escolher seu líder, assegurando que essa manifestação nunca poderá ser desfeita.