Resumo:
Critica a ideia, popularizada por Rui Barbosa, da incompatibilidade entre o regime parlamentar e a federação. Barbosa, um pensador influente, conseguiu estabelecer como verdade a noção de que seria necessário abrir mão dos benefícios do parlamentarismo para manter a estrutura federativa do Brasil. Pilla argumenta que essa afirmação é errônea, tanto teoricamente quanto na prática, e busca entender como um pensador tão perspicaz pode ter defendido tal ideia. Menciona o contexto político da época, onde Rui Barbosa se opôs ao marechal Hermes da Fonseca, e como essa oposição influenciou sua postura sobre a reforma constitucional. Barbosa tentava suavizar as preocupações dos defensores da Constituição de 24 de fevereiro, propondo um acordo prévio para quaisquer reformas, assegurando que a forma republicana e o princípio federativo não seriam tocados. Destaca que, embora Rui Barbosa não tenha renegado seu apoio ao revisionismo, ele se viu pressionado a moderar suas ideias para não alienar os conservadores. Aponta que a questão da incompatibilidade entre o parlamentarismo e a federação foi mal interpretada, uma "traição da subconsciência", que ainda persiste no debate político atual. Ao final, conclui que a ideia de incompatibilidade foi um preconceito que continua a influenciar as discussões sobre a estrutura política do Brasil.