Resumo:
Aborda a importância de reconsiderar o sistema presidencialista adotado no Brasil em 1891, apontando as falhas desse mecanismo na realização dos ideais democráticos. Destaca que a União Democrática Nacional (UDN), assim como outros partidos que se posicionam a favor da democracia, não pode ignorar o "complexo problema" que é a implementação de um regime verdadeiramente democrático no país. Enfatiza que a democracia não é apenas um ideal vago, mas um mecanismo técnico que precisa de um sistema eficaz para permitir que os sentimentos, desejos e interesses da população influenciem o governo. Argumenta que o presidencialismo, implementado pelos constituintes republicanos, falhou em produzir os resultados esperados, como demonstrado por meio século de experiência política. Para ele, o presidencialismo é uma espécie de compromisso entre democracia e autocracia, que impede a plena realização dos princípios democráticos. Questiona como um partido que se diz democrático, como a UDN, pode persistir em ignorar essas falhas ou temer atacar o dogma presidencialista. Reforça que quem realmente busca os fins democráticos deve também aceitar os meios adequados para alcançá-los. Para Pilla, a questão central que se apresenta à UDN e aos demais partidos democráticos é a necessidade de adotar um mecanismo mais eficaz para concretizar a democracia no Brasil.