Resumo:
Analisa a necessidade de um governo de concentração nacional no Brasil, um país em crise, enfrentando desafios econômicos, políticos e morais. Argumenta que, apesar da urgência de reconstrução, a colaboração entre governo e oposição é dificultada pela mentalidade herdada de décadas de presidencialismo. Destaca que esse sistema cria uma dinâmica de adesão em vez de verdadeira colaboração, onde a aproximação ao governo implica submissão e perda de identidade partidária. A resistência da oposição à ideia de colaborar com o governo é compreensível, pois os líderes estão defendendo a dignidade de seus partidos. Compara a situação brasileira com a de outros países, afirmando que o regime parlamentar é mais adequado para governos de concentração. No parlamentarismo, os partidos colaboram para enfrentar crises, mantendo sua autonomia, enquanto no presidencialismo prevalece a partilha de poder e a conservação de posições. Enfatiza que, para fazer frente às dificuldades atuais, é vital unir as forças democráticas, propondo um sistema parlamentar que permita um governo de coalizão. Essa abordagem não só facilita a cooperação em tempos de crise, mas também respeita a dignidade dos partidos, promovendo uma democracia mais robusta e representativa. Conclui que a superação da atual crise política e social depende da adoção de práticas democráticas mais eficazes e da colaboração entre as correntes de opinião.