Resumo:
Aborda os sinais de decadência que afetam a democracia brasileira, destacando a ausência de espírito público como o mais grave deles. Segundo ele, a falta de consciência coletiva dos cidadãos em relação aos seus interesses compromete o funcionamento das instituições democráticas. Argumenta que um povo que ignora seus deveres cívicos está destinado ao fracasso, seja em um regime democrático ou ditatorial. Critica a questão dos subsídios dos mandatos representativos, especialmente a equiparação entre os valores recebidos por representantes federais e estaduais. Embora considere que os quinze mil cruzeiros mensais para os representantes federais não sejam excessivos, ele observa que o subsídio deve ser encarado como um auxílio e não uma retribuição. Essa visão é ainda mais problemática nas câmaras municipais, onde muitos vereadores exigem pagamento por funções que antes eram consideradas um ônus público, que poderiam ser exercidas sem abandonar suas ocupações habituais. Conclui que a gravidade da situação está na desmoralização do sistema democrático, evidenciada pelo comportamento dos eleitos que, ao priorizarem seus interesses financeiros, afastam-se dos princípios que deveriam guiar a política. Essa falta de comprometimento e responsabilidade entre os representantes é um sinal claro da deterioração do espírito democrático. A reflexão final sugere que a falta de ética e responsabilidade pode levar a uma crise ainda mais profunda nas relações cívicas e políticas do país.