Resumo:
Aborda a proposta de prorrogação do mandato do então presidente Eurico Dutra, levantada por aqueles que ele chama de "continuistas". Apesar das declarações contrárias de Dutra, os interesses de manter o presidente no poder por mais tempo ainda persistem. Pilla argumenta que, sob o ponto de vista jurídico, essa proposta é uma heresia, pois significaria ignorar a Constituição de 1946, que revogou a Carta de 1937 e estabeleceu um mandato presidencial diferente. Destaca que Dutra foi eleito sob o contexto da nova Constituição, e qualquer tentativa de aumentar seu mandato seria uma violação dos princípios democráticos e uma ameaça ao regime democrático. Alerta que emendar a Constituição para conceder um ano extra de mandato poderia abrir precedentes perigosos para extensões adicionais, até o ponto de uma presidência vitalícia. Vê nessa manobra uma tentativa de enfraquecer as instituições e perpetuar o poder de uma liderança única, ameaçando os valores da democracia e das liberdades civis.