Resumo:
Analisa a decisão de Ademar de Barros, candidato à Presidência da República, de desistir de sua candidatura no momento decisivo, após ter se preparado intensamente para o pleito. Aponta uma contradição no comportamento de Ademar, que, apesar de ter conquistado uma poderosa máquina eleitoral, preferiu concluir seu mandato como governador de São Paulo em vez de buscar a presidência. Reflete sobre o sistema presidencialista brasileiro, destacando como ele pode ser ao mesmo tempo promissor e limitante para os políticos. Embora Ademar fosse um candidato temível por sua força política e eleitoral, o sistema exigia que, para ser candidato, ele entregasse o controle da máquina que tanto o favorecia, algo que resultaria em sua perda de poder. Critica a estrutura do presidencialismo, onde a posição no governo determina a capacidade de ação de um político, o que pode gerar uma dependência que enfraquece o poder de decisão individual. Conclui que esse sistema, que limita a autonomia de quem não está no poder, é o que define a democracia brasileira, com todas as suas contradições e fraquezas.