Resumo:
Reflete sobre a repetição de um problema político no Brasil: a hipertrofia do poder executivo, que a Revolução Liberal de 1930 deveria ter combatido, mas não conseguiu. Critica a interferência do Presidente da República, Eurico Dutra, na escolha de seu sucessor, como já ocorrera com Washington Luís e Getúlio Vargas, mostrando que a luta contra essa interferência se torna cada vez mais infrutífera e inútil. Argumenta que o problema fundamental não está na ação de um Presidente, mas no sistema de governo que confere poderes excessivos ao Executivo, tornando-o propenso a manipular a sucessão presidencial. Lembra que a Revolução de 1930, que começou com o objetivo de combater a concentração de poder no Executivo, acabou resultando na instalação de uma Ditadura. Após a deposição da Ditadura em 1945, o novo sistema presidencialista não mudou substancialmente, mantendo as características autoritárias que a Revolução deveria ter erradicado. Critica a falta de coerência dos revolucionários de 1930, que, ao conquistar o poder, preferiram manter o presidencialismo em vez de adotar um regime mais equilibrado, como o parlamentarismo. Para ele, a solução verdadeira está em substituir o sistema de governo pessoal e irresponsável por um modelo coletivo e responsável.