Resumo:
Critica a influência do dinheiro nas eleições, destacando que a principal causa desse problema é o voto pessoal, que favorece disputas individuais entre candidatos, em vez de competições entre partidos. Esse modelo estimula os mais ricos e poderosos a utilizarem seus recursos contra seus próprios companheiros, tornando a política refém de interesses particulares. A solução proposta é a adoção do voto exclusivo na legenda, como ocorre no Uruguai, onde o eleitor escolhe um partido, e não um candidato específico. Isso despersonaliza o sufrágio, simplifica a escolha do eleitor e agiliza a apuração. Rebate a crítica de que essa medida restringiria a liberdade democrática, argumentando que a democracia não é um sistema de arbítrio individual, mas um modelo orgânico, em que os partidos desempenham um papel essencial. Ele defende que, além de indicar seus candidatos, os partidos devem definir previamente a ordem de preferência entre eles, evitando que o processo eleitoral se torne uma simples competição individualista, dissociada do interesse público. Para ele, essa prerrogativa não configura uma ditadura partidária, pois os partidos já escolhem os candidatos. O essencial é garantir que essa escolha seja feita de maneira democrática dentro das próprias agremiações. Por fim, ele ressalta que a democracia deve começar internamente nos partidos, para evitar distorções no cenário político. Esse ponto, segundo ele, merece maior aprofundamento em futuras análises.