Resumo:
Analisa a crise política brasileira após a morte de Getúlio Vargas, destacando a persistência da confusão que marcou o país desde 1930. Ele argumenta que a revolução iniciada em agosto de 1954 foi interrompida antes de cumprir seu propósito de regeneração política e moral, resultando em um governo de transição frágil sob Café Filho. Embora tenha assumido constitucionalmente, Café Filho emergiu de um contexto de eventos revolucionários, mas não deu continuidade às mudanças necessárias. Seu governo limitou-se à administração e à realização das eleições, ignorando a necessidade de aprofundar as reformas políticas. Essa omissão permitiu que a reação conservadora, antes enfraquecida, se reorganizasse e retomasse força. A candidatura de Juscelino Kubitschek é apresentada como um símbolo desse retrocesso, pois representa a continuidade do domínio do PSD, partido que sustentou Vargas. Para Pilla, a volta desse grupo ao poder comprometeria qualquer tentativa de transformação real, mantendo o Brasil no mesmo ciclo de abuso de poder e corrupção. Conclui que a revolução de agosto foi interrompida, mas não concluída. A grande questão que ele coloca é se o país permitirá que essa revolução seja completamente frustrada ou se haverá forças políticas capazes de retomar seu espírito reformador e impedir o retorno ao passado.