Resumo:
Analisa a crise política gerada pelo incidente entre o Clube Militar e a Câmara Federal, considerando-o um fator de grande preocupação para a estabilidade democrática do Brasil. Ele reconhece as deficiências do Congresso Nacional, destacando a má escolha de parlamentares e o regime constitucional inadequado, que promove a descoordenação entre os poderes e fomenta a irresponsabilidade política. No entanto, ele argumenta que, por mais problemático que seja o Congresso, nada justifica qualquer tipo de coação sobre ele, especialmente vinda dos militares, que foram encarregados pela Nação de garantir sua defesa, não de intervir nas decisões políticas. Reforça que, em uma democracia, os representantes eleitos – mesmo que considerados ineficazes – possuem legitimidade, pois foram escolhidos pelo voto popular. Permitir que suas decisões sejam tomadas sob ameaça militar equivaleria a destruir sua função e descaracterizar o Congresso, esvaziando sua essência enquanto poder independente. Acredita que a grande maioria dos militares não deseja a subversão da ordem democrática e que o episódio foi resultado de um movimento impulsivo de impaciência. Ele conclui que, se ações como essa se consolidassem, não haveria mais esperança para o futuro político do país.