Resumo:
Reconhece a eleição de Getúlio Vargas como presidente, mas alerta para os perigos que a posse do ex-ditador representa para as instituições democráticas e o futuro do país. Embora ele acredite que Vargas tenha sido legitimamente eleito, questiona a real conversão do ex-presidente à democracia, considerando-o ainda uma ameaça. Destaca que, em vez de capitular ou negar a legitimidade do governo, seria essencial organizar uma resistência democrática que mantivesse o governo de Vargas dentro dos limites da Constituição. Critica a divisão política do Brasil, com uma parte da classe política se rendendo à vitória de Vargas e outra negando sua legitimidade. Vê ambas as posturas como desastrosas, pois a adesão ao governo Vargas pavimentaria o caminho para a ditadura, e a contestação judicial ou militar poderia resultar em agitações e novas ditaduras. Observa também a falta de ação organizada em defesa da democracia, com tentativas vãs de apelar à Justiça Eleitoral ou às Forças Armadas, enquanto a resistência democrática efetiva é negligenciada. Traz um alerta sobre a fragilidade política do Brasil, com o país à deriva, sem uma liderança clara ou estratégia coerente. Lamenta a falência da classe dirigente e conclui que, em vez de buscar soluções externas, o país precisa urgentemente organizar a resistência democrática antes que seja tarde demais.