Resumo:
Discute a importância da oposição no regime democrático, diferenciando a "oposição sistemática" da "oposição obcecada". A oposição sistemática, conforme Pilla, é essencial e co-natural ao funcionamento de um sistema democrático. Ela não se limita a criticar e fiscalizar, mas também cumpre uma função positiva de elaborar a vontade coletiva e contribuir para o governo. Para Pilla, a deliberação é, por natureza, contraditória. Assim, qualquer decisão, mesmo tomada por um indivíduo, envolve ponderação de prós e contras, resultando em uma síntese. No contexto do Estado democrático, a oposição contribui de forma similar, enriquecendo o processo decisório. A oposição, portanto, é uma parte vital do sistema democrático, pois sem ela o governo perderia sua legitimidade e a democracia se enfraqueceria. Critica aqueles que, por diversos motivos, desejam eliminar a oposição, absorvendo-a no governo. Ele argumenta que, por mais eficiente que seja o governo, a ausência de oposição levaria à distorção do regime democrático. A oposição não deve ser uma oposição obcecada, que rejeita qualquer acerto do adversário sem discernimento, mas uma oposição sistemática, que cumpre seu papel de modo construtivo. Em resumo, defende que a oposição é necessária para que o sistema democrático funcione de maneira eficaz, contribuindo tanto para a crítica e fiscalização quanto para a construção da vontade coletiva.
