Resumo:
Analisa a continuidade administrativa, argumentando que ela não é intrínseca ao sistema presidencial, pois depende das mudanças de orientação que ocorrem com a troca de governantes. No sistema presidencial, as mudanças podem ser rápidas e acontecer por decisão do presidente da República. Por outro lado, ele defende que o sistema parlamentar assegura melhor a continuidade administrativa. No parlamentarismo, quem determina a orientação do governo é o Parlamento, uma assembleia numerosa e comprometida por acordos partidários, o que torna mais difícil a alteração de sua opinião. Mudanças significativas exigem modificações em um grande número de parlamentares, tornando o processo mais lento e gradual. Mesmo em sistemas parlamentares, é possível que ocorra uma mudança súbita, como a substituição de governantes, mas essas mudanças se dão após um intervalo de eleições, quando a nação muda de pensamento. Assim, no sistema parlamentar, a continuidade administrativa é mais garantida, pois as mudanças são lentas e refletem a evolução do consenso popular, enquanto no sistema presidencial, onde o poder está concentrado em uma só pessoa, as alterações podem ser rápidas e impulsivas. Portanto, conclui que a verdadeira continuidade administrativa está melhor assegurada no sistema parlamentar devido à sua estrutura mais estável e comprometida com o coletivo.