Resumo:
Aborda o perigo do colaboracionismo político no contexto do presidencialismo. Ele critica a ideia de que todos devem colaborar com o governo, eliminando a oposição e o debate, o que levaria à instalação de um regime totalitário. A democracia, para ele, exige a presença de governo e oposição, com suas interações entre tese e antítese, culminando na síntese. No entanto, a colaboração excessiva com o governo pode resultar na perda dessa dinâmica, tornando o governo absoluto e sem questionamentos. Observa que, no caso do governo de Getúlio Vargas, a colaboração da oposição se torna desnecessária, uma vez que o presidente já possui uma forte maioria parlamentar para aprovar seus projetos. Ele sugere que, ao aceitar a colaboração, a oposição estaria não ajudando o país, mas apenas perpetuando a decadência das instituições democráticas. Também critica a situação dos governadores, que, no sistema presidencial, se tornaram dependentes do poder central, muitas vezes perdendo sua autonomia. Ele compara a subordinação dos governadores ao presidencialismo à situação dos presidentes de província no antigo Império, onde os governadores eram vassalos do poder central. Assim, adverte que a oposição deve manter-se firme em seu papel, resistindo ao colaboracionismo, e afirma que o sacrifício que a oposição faz ao se submeter ao governo não será benéfico para o país, mas sim um retrocesso para as instituições democráticas.