Abstract:
Analisa criticamente o governo de Getúlio Vargas, que, com exceção do período de Eurico Dutra, exerceu o poder por 25 anos, grande parte sob um regime discricionário. Ele questiona se os trabalhadores realmente se beneficiaram dessa gestão, apesar da ampla legislação social criada. Para Pilla, a regulamentação trabalhista já estava em curso devido a compromissos internacionais, e Vargas apenas a utilizou como instrumento de manipulação política. Além da legislação, Pilla destaca a necessidade de avaliar os efeitos práticos do governo sobre a qualidade de vida da população. Ele aponta a inflação desenfreada, a crescente carestia, o favorecimento de monopólios, a alta carga tributária, a ineficiência da previdência social e os inúmeros escândalos de corrupção como fatores que anularam os possíveis benefícios das reformas trabalhistas. Conclui que, apesar da fama de governo trabalhista, a administração de Vargas não trouxe prosperidade aos trabalhadores. Pelo contrário, sua política econômica e social gerou um saldo negativo, com maior empobrecimento da população. Assim, Pilla sugere que, em vez de um governo focado em criar mais leis, o Brasil teria se beneficiado de uma política que promovesse maior abundância econômica.