Resumo:
Aborda a eleição direta para a presidência da França em 1848, destacando a ascensão de Luiz Napoleão Bonaparte ao poder. Em uma eleição competitiva, Luiz Napoleão, sobrinho de Napoleão Bonaparte, venceu com uma esmagadora maioria de votos, alcançando cinco milhões e meio de votos contra menos de dezoito mil de seu concorrente Lamartine. Inicialmente eleito presidente, Luiz Napoleão conseguiu, por meio de um plebiscito, estender seu mandato por mais dez anos e, após menos de um ano, se autoproclamou imperador, também respaldado por outro plebiscito. Para consolidar seu poder, ele adotou uma série de medidas autoritárias, como a limitação do direito de reunião, o fechamento de cafés focados em propaganda política e, especialmente, a repressão à imprensa. A adoção de uma severa legislação, similar à de trinta anos antes, resultou na censura e na supressão de boa parte da imprensa, com a imposição de autorizações prévias e advertências. Compara este processo ao que aconteceu no Brasil em 1937, com a imposição do Estado Novo, onde também houve uma limitação da liberdade de imprensa, demonstrando como, ao longo da história, a censura e o controle da mídia foram precedentes a regimes autoritários. Conclui que, embora as coroas régias não sejam mais necessárias para os caudilhos modernos, a técnica de conquistar poder continua a mesma.