Resumo:
Ao comentar o artigo de André Maurois, aborda os perigos do sistema presidencialista norte-americano, especialmente a escolha direta do presidente pelo povo. Maurois critica esse método, argumentando que ele favorece mais a eloquência do que o caráter. Observa que muitos presidentes dos EUA, embora eleitos diretamente, foram pessoas de mediana competência, como Stevenson e Kefauver. Maurois compara ambos, destacando que, embora Stevenson fosse culto e inteligente, seu estilo elevado não venceu o apelo demagógico de Kefauver, que usava apertos de mão e improvisos rápidos. A técnica de campanha de Kefauver prevaleceu, mostrando que a eleição não necessariamente escolhe o melhor candidato, mas o mais habilidoso nas práticas eleitorais. O autor do artigo critica o sistema de escolha direta por um eleitorado pouco informado, que muitas vezes não conhece bem os candidatos. Ele sugere que, em vez de eleger diretamente o presidente, o sistema francês, que confia ao parlamento essa tarefa, é mais eficaz, pois os eleitores conhecem melhor os candidatos e sua atuação política. Pilla alerta para os riscos do sistema presidencialista no Brasil, apontando que as últimas eleições mostram as falhas desse modelo, que ainda não se desenvolveram completamente, mas cujas consequências já são visíveis. Ele conclui que, se o país continuar nesse caminho, o sistema presidencialista poderá ser ainda mais desastroso.