Resumo:
Aborda o sistema parlamentar sueco e suas lições para os países democráticos. A Suécia, que adota o sistema parlamentar, tem uma característica notável: desde 1914, não houve dissolução do parlamento, e apenas agora, após 44 anos, o primeiro-ministro socialista Tage Erlander solicitou tal dissolução. Esse fato demonstra a estabilidade do sistema parlamentar, ao contrário das temidas instabilidades que muitos associam a ele. Pilla destaca também que a França, embora um país com um sistema de governo que pode ser confundido com o parlamentarismo, apresenta um modelo diferente, mais próximo de um governo de assembléia. Pilla discute, ainda, a proposta do governo socialista sueco de conceder aposentadoria aos cidadãos a partir dos 67 anos, com uma fórmula de benefícios mais modesta em comparação com o Brasil. Ele sugere que, ao contrário do Brasil, onde as reformas são muitas vezes influenciadas por pressões demagógicas, a deliberação no parlamento sueco é livre e mais focada nos interesses nacionais. A proposta não foi aprovada, mas o sistema parlamentar sueco permitiu que o próprio eleitorado decidisse, o que, para Pilla, é um exemplo claro de democracia. O autor critica o presidencialismo brasileiro, sugerindo que o modelo parlamentar é mais adequado para a democracia, já que permite uma maior manifestação popular e uma resolução mais clara de disputas políticas.