Resumo:
Analisa criticamente os principais nomes cogitados para a sucessão presidencial, com base nas declarações do deputado Fernando Ferrari. Este aponta quatro possíveis candidatos: João Goulart, Henrique Lott, Osvaldo Aranha e Jânio Quadros. Pilla destaca que tal lista revela a mediocridade da vida política nacional, marcada pela ausência de estadistas à altura dos desafios do país. João Goulart é apontado como herdeiro da demagogia getulista, cuja continuidade significaria aprofundar a crise nacional. Henrique Lott representa o poder das armas, tendo abandonado sua postura apolítica como militar para envolver-se em manobras políticas e apoiar governos marcados pela corrupção que antes combatia. Para Pilla, isso revela o quanto o poder o corrompeu. Osvaldo Aranha, embora inteligente, teve papel decisivo na consolidação do regime instaurado pela Revolução de 1930, que aprofundou os vícios políticos do país. Sua trajetória é marcada por influência negativa e personalismo. Jânio Quadros, por sua vez, é visto como uma alternativa possível, embora problemática. Avesso aos partidos, representa um personalismo intenso e uma concepção estreita de democracia, limitada ao sufrágio. Contudo, é considerado o único com potencial de moralizar a vida pública, simbolizado pela sua famosa "vassoura". Raul Pilla conclui que, diante de opções tão comprometedoras, resta torcer para que o patriotismo e a lucidez de líderes conscientes encontrem uma solução verdadeiramente regeneradora para o Brasil, resgatando o país da degradação institucional e moral em que se encontra.