Resumo:
Aborda a crise política brasileira, mais especificamente a crise de autoridade do presidente da República. O autor discute a relação entre o poder presidencial e a obediência dos governados, destacando a hipertrofia do poder presidencial como um dos principais problemas. Embora o presidente tenha grande poder, ele nem sempre consegue ser obedecido, o que gera uma contradição no sistema político. Pilla observa que o problema não está no fato de o presidente ter poder, mas sim na falta de responsabilidade na execução desse poder, algo típico do presidencialismo. O autor aponta que o presidencialismo, ao concentrar tanto poder nas mãos do presidente, acaba por criar um ambiente de irresponsabilidade política, que se reflete na atuação dos ministros e outros altos funcionários do governo. Pilla observa que, diante dessa concentração de poder, a lei se torna quase irrelevante e a administração pública se torna desorganizada. A falta de obediência e de responsabilidade, portanto, está profundamente enraizada na estrutura política e no modo de governar, o que, segundo Pilla, exige uma mudança no sistema político. A solução proposta é a reforma parlamentarista, embora o autor reconheça que ela não agradaria aos defensores do poder pessoal. Assim, critica a estrutura centralizadora e irresponsável do governo presidencialista e sugere que um novo modelo de governança poderia resolver essa crise de autoridade.