Resumo:
Analisa a crise política e militar prolongada que afeta a Argentina, destacando os efeitos duradouros do peronismo, mesmo após a queda da ditadura. O autor observa que, embora a ditadura peronista tenha sido derrubada, os problemas estruturais do país permanecem, devido à ausência de reformas políticas profundas. Segundo Pilla, a revolução argentina cometeu erros significativos, entre os quais a pressa em realizar eleições, que, em vez de restaurar a democracia, buscaram apenas formalizar o processo político sem reformá-lo efetivamente. Pilla critica a manutenção do mesmo sistema político e da Constituição que haviam sustentado o regime anterior. Ele aponta que a revolução, embora tenha derrubado a ditadura, não conseguiu modificar o sistema que permitiu a ascensão de governos autoritários na América Latina. A eleição de Frondizi, que buscou apoiar-se em uma base popular peronista, agravou a situação, pois isso fragilizou a obra revolucionária e gerou um conflito entre os militares que haviam feito a revolução e os antigos apoiadores do peronismo. Pilla conclui que, assim como em outros países latino-americanos, a Argentina repetiu o erro de tentar implementar a democracia com um sistema político ainda marcado por elementos ditatoriais. Essa falta de reforma política e a prevalência de um modelo autoritário explicam a crise contínua no país.