Resumo:
Analisa criticamente o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), destacando sua formação e evolução sob a liderança de Getúlio Vargas. O PTB, segundo o autor, surgiu mais como um partido de poder do que uma organização pautada por uma ideologia clara, sendo caracterizado por um personalismo exacerbado e a busca pelo controle político. Embora alguns membros do partido tivessem a intenção de transformá-lo em uma verdadeira organização trabalhista, à semelhança do Partido Trabalhista Britânico, esse ideal foi frustrado pela estrutura caudilhesca do partido. Pilla menciona exemplos de figuras como Alberto Pasqualini e Lúcio Bittencourt, que tentaram, em vão, reformar o partido e implementar uma ideologia mais definida. O principal obstáculo a essa transformação foi o fanatismo getulista e a falta de uma visão política consistente. O autor também aponta o esforço de Fernando Ferrari, que, apesar de ter obtido grande apoio popular, enfrentou resistência interna no partido ao tentar modificar suas práticas e princípios. Ferrari, embora vivesse um momento de instabilidade política, lutava pela purificação do partido, buscando uma identidade trabalhista genuína, livre da manipulação getulista e da demagogia. No entanto, a tarefa parecia ser extremamente difícil, dada a força das práticas caudilhistas e a resistência dos dirigentes.