Resumo:
Raul Pilla comenta o texto de José Maria Bello sobre o debate entre presidencialismo e parlamentarismo. Pilla discorda da ideia de que as questões políticas, como a forma de governo, são secundárias frente às questões econômicas. Ele argumenta que a teoria política, embora possa ser distorcida na prática, continua essencial para o entendimento e solução dos problemas de uma sociedade. Pilla defende que a teoria política é válida mesmo quando a prática a distorce, pois uma boa teoria deve sempre se alinhar com a realidade e buscar a verdade, apesar das limitações da implementação prática. Pilla também questiona a visão de Bello sobre o parlamentarismo, especialmente em relação à experiência da França. Ele argumenta que o sistema francês não reflete fielmente a doutrina parlamentarista, sendo mais uma adaptação, o que explica a instabilidade política observada. Ele critica a tentativa de reforma do sistema de governo no Brasil, que também se afasta do parlamentarismo típico, reforçando que os problemas do sistema político brasileiro são essencialmente de ordem política, não econômica. Além disso, reflete sobre a evolução do sistema parlamentar no Império Brasileiro, considerando-o uma adaptação natural, e sugere que é necessário abandonar o presidencialismo para superar os "erros e crimes" da política republicana. Para ele, o debate sobre a forma de governo não é um simples exercício acadêmico, mas uma questão vital para a solução dos problemas do país, tanto econômicos quanto sociais.