Resumo:
Critica a ideia de criar um Conselho de Estado composto por ex-presidentes da República. O autor considera essa proposta uma tentativa de estabelecer uma instituição que, na prática, não cumpriria um papel funcional claro. Para Pilla, o conceito de um Conselho da República seria uma forma de garantir a orientação e ponderação da influência do soberano (no caso, o presidente), mas o que está sendo sugerido é uma incorporação de conselheiros no Senado, onde sua autoridade seria diluída, sem poder real de influenciar os destinos do país. Segundo o autor, a criação de tais conselheiros não contribui para a política nacional, mas apenas adiciona figuras sem relevância prática, sem causar impacto nas decisões políticas do país. Pilla argumenta que essa proposta é mais um reflexo do "doentio sentimentalismo" e do "incurável personalismo" brasileiro, que tenta proporcionar uma posição confortável aos ex-presidentes, quando o correto seria instituir uma pensão formal e direta para esses indivíduos, como uma forma legítima de reconhecimento, sem recorrer a formas indiretas e ineficazes. O autor vê essa proposta como um exemplo da decadência do regime político, em que soluções superficiais são apresentadas, mas não resolvem os problemas reais da política nacional, levando o país a uma "ladeira abaixo".