Resumo:
Aborda as consequências de um sistema político presidencialista, criticando a forma como o governo é conduzido no Brasil. Segundo o autor, a crise social e material vivida pelo país é agravada pela política de desenvolvimento arbitrário imposta pelo governo, que, em vez de mudar sua postura diante dos problemas, mantém um curso de ações que não se ajustam às necessidades urgentes da nação. Pilla questiona a legitimidade de um sistema onde o país é, em grande parte, entregue à vontade de um único governante durante seu mandato, tornando a população refém de suas decisões. O autor defende que a verdadeira responsabilidade pelo cenário desastroso não está apenas no presidente, mas no próprio sistema político que permite essa centralização de poder, sem meios eficazes de controle ou de correção de rumos durante o mandato. O sistema presidencial, segundo Pilla, é caracterizado pela irresponsabilidade e onipotência do presidente, que pode tomar decisões unilaterais sem ser responsabilizado ou corrigido, mesmo quando suas ações se mostram equivocadas. Ele critica a incapacidade do sistema em permitir que a política seja modificada ao longo do tempo, mesmo que o governante reconheça que cometeu erros. Para Pilla, o modelo presidencialista é, assim, profundamente falho, pois permite que um sistema condenado, sem fundamento democrático, continue a dominar a política do país.