Resumo:
Discute os fundamentos do regime democrático representativo, destacando que ele vai muito além de um simples modelo de governo: trata-se de uma concepção de vida, centrada na dignidade da pessoa humana, que deve ser servida, e não subjugada, pelo Estado. Pilla afirma que a democracia não pode ser reduzida ao domínio da maioria, pois os direitos das minorias são igualmente essenciais. Enfatiza que a prática da democracia requer uma organização do poder público baseada na separação dos poderes — legislativo, executivo e judiciário — princípio consagrado por Montesquieu. Sem essa tripartição, segundo o autor, não há liberdade nem verdadeira democracia. A partir disso, ele explica que existem diversas formas de aplicação desse princípio, originando diferentes sistemas de governo dentro do mesmo regime democrático representativo, como o parlamentarismo, o presidencialismo, o colegiado e o convencional. Estes seriam "espécies" de um mesmo "gênero". O autor argumenta que o Congresso não pode substituir o regime democrático representativo por outro, como o comunismo, mas pode alterar suas variantes internas. Assim, ele defende que a adoção do sistema parlamentarista, por exemplo, não representaria uma ruptura com o regime vigente, mas apenas a troca de uma modalidade por outra. Pilla conclui que confundir regime com sistema é um erro comum, sendo este um caso clássico de confundir o gênero com a espécie, ou o todo com a parte.