Resumo:
Discute a importância da reforma parlamentarista no Brasil diante das incertezas políticas e das disputas eleitorais da época. Critica a possibilidade de adiamento indefinido da votação da Emenda Parlamentarista na Câmara dos Deputados, resultado de uma interpretação restritiva do regimento. Mesmo que a emenda não seja votada ou aprovada, Pilla observa que a proposta já se impôs no debate nacional e conquistou ampla atenção e apoio parlamentar. O autor argumenta que, independentemente de quem seja eleito presidente — Lott, Jânio Quadros, Ademar de Barros ou Juraci Magalhães —, o problema central do país, que é o mau funcionamento do regime político, não será resolvido apenas pela eleição de um novo líder. Ele alerta que, mesmo que a escolha de um candidato desacelere a deterioração do sistema, ela não eliminará a causa fundamental da crise institucional. Para Pilla, qualquer melhora sem uma reforma estrutural será apenas temporária. Ele também critica os que rejeitam a reforma parlamentarista com base em preferências eleitorais, afirmando que seria um erro colocar um indivíduo acima de uma transformação política essencial e duradoura. O verdadeiro compromisso deve ser com a reforma do regime e não com candidaturas específicas. Pilla conclui que o Partido Libertador apoia Jânio Quadros dentro do sistema presidencial vigente, mas não abre mão da reforma institucional, pois nenhuma liderança, por si só, pode solucionar os vícios profundos do sistema político nacional.