Resumo:
Analisa a candidatura de Fernando Ferrari à vice-presidência da República, destacando-a como um movimento que ultrapassa ambições pessoais e se configura como um marco moral e político dentro do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Pilla enxerga a candidatura como uma reação à corrupção sistêmica existente no partido, representada pela figura de João Goulart, tido como herdeiro da linha caudilhista e corrupta que assola a legenda. A campanha de Ferrari é denominada "Campanha das Mãos Limpas", simbolizando um esforço por limpeza ética e renovação política. Pilla argumenta que, ao contrário de uma disputa comum, o embate entre Ferrari e Goulart representa o confronto entre duas visões opostas de gestão pública: uma baseada na honestidade e outra sustentada pela exploração política e financeira dos trabalhadores. O autor critica duramente a forma como o PTB, em aliança com o PSD, teria se apropriado de recursos dos trabalhadores, desviando verbas dos fundos sindicais e da previdência. A adesão de Ferrari à causa da moralização ganha força justamente por vir de dentro do próprio partido, o que a torna incontestável e legítima. Além disso, Pilla lamenta que denúncias anteriores feitas pela oposição e pela imprensa não tenham surtido efeito junto à base trabalhadora, enredada por discursos demagógicos. A emergência de um líder como Ferrari, oriundo das fileiras petebistas, pode enfim romper esse ciclo de cegueira política. O autor conclui defendendo a importância de um verdadeiro partido trabalhista, comprometido com os interesses reais dos trabalhadores, e não com sua exploração.