Resumo:
A trajetória política de Paulo Odone teve início ainda na juventude, marcada por forte envolvimento no movimento estudantil. Durante o ensino médio, foi presidente do grêmio estudantil do Colégio Anchieta, em Porto Alegre, e, antes de 1964, atuou como diretor de cultura da União Gaúcha dos Estudantes Secundaristas (UGES). Nesse período, militou na Ação Popular, uma organização de inspiração cristã e socialista, da qual se afastou por discordar da defesa da luta armada. Em contraposição, defendia a criação de uma "Frente de Resistência Civil" como alternativa de enfrentamento à ditadura militar, visão que o aproximou do grupo que fundaria o Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Já envolvido com o MDB, apoiou candidaturas idealistas, como a de um ex-presidente da FEURGS, para a Câmara de Vereadores de Porto Alegre. No entanto, o Ato Institucional nº 5 (AI-5) de 1968 representou uma ruptura para sua geração. Muitos dos que não aderiram à luta armada acabaram afastados da política, enquanto outros, como Luiz Carlos Osterman e Ibsen Pinheiro, alcançaram projeção por outros caminhos — o jornalismo e o esporte. Apesar de ter exercido a advocacia de forma autônoma, também trabalhou como chefe de gabinete de Guazzelli, quando este presidiu o Banco Meridional, e chefiou o setor jurídico da mesma instituição. O convite para disputar sua primeira eleição veio justamente de nomes expressivos do PMDB, como Pedro Simon e Sinval Guazzelli, que reconheceram sua liderança. Candidatou-se em 1990 e ficou como segundo suplente, assumindo nos dois últimos anos da legislatura. Em 1994, concorreu novamente e dobrou sua votação. Seu relacionamento político com Antônio Britto teve origem quando este ainda atuava como jornalista. Apoiou Britto em suas campanhas a deputado, prefeito e posteriormente o acompanhou durante sua atuação como Ministro, prestigiando-o nas prévias do PMDB como um aliado político importante.